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Entregue ao Senhor os seus caminhos. Entregue seu espírito nas mãos do Senhor Jesus.
"Vós sereis odiados por todos, por causa do meu nome. Mas quem perseverar até o fim, esse será salvo". (Mateus 10,22).
Salmo responsorial
Sl 30(31),3cd-4.6 e 8ab.16bc e 17 (R. 6a)
R. Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito.
3cSede uma rocha protetora para mim, *
3dum abrigo bem seguro que me salve!
4Sim, sois vós a minha rocha e fortaleza; *
por vossa honra orientai-me e conduzi-me! R.
6Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito, *
porque vós me salvareis, ó Deus fiel!
8aVosso amor me faz saltar de alegria, *
8bpois olhastes para as minhas aflições. R.
16bEu entrego em vossas mãos o meu destino; *
16clibertai-me do inimigo e do opressor!
17Mostrai serena a vossa face ao vosso servo, *
e salvai-me pela vossa compaixão! R.
Senhor, "sede uma rocha protetora para mim". Aqui nos encontramos com uma súplica, um pedido ao Senhor que nos dê proteção, consolo e ânimo para nossa caminhada. Uma rocha protetora que suporte as intempéries da natureza, os raios, as tempestades e outros acontecimentos que podem nos prejudicar. Sim, é uma proteção física, de nossa integridade e de nossas famílias. No entanto, é uma proteção que vai além, pois refere-se à proteção de nossos caminhos e também das armadilhas de nossos inimigos e de outras situações que nos afastam dos projetos do Senhor Jesus. Importa sabermos o compromisso que envolve nosso pedido, pois, queremos a proteção, mas também precisamos reorientar nossos propósitos em função das palavras do Evangelho. A proteção do Senhor significa o acompanhamento sereno de nossas atitudes, ações e caridade em nossas comunidades. Trata-se de uma proteção que envolve um coração convertido e preocupado com seus caminhos abençoados por Deus.
Sede, Senhor, "um abrigo bem seguro que me salve". A rocha protetora do Senhor representa um abrigo bem seguro para nós, para nossos corações angustiados e aflitos, pois sua caridade, compaixão e misericórdia nos ampara, protege e nos dá o vigor necessário para trilharmos seus caminhos e propósitos. A salvação implica, necessariamente, o reconhecimento de nossa condição de pecador e a consciência de nossos desânimos e deslizes. Por isso mesmo, imploramos ao Senhor que nos proteja com sua rocha, que nos dê um abrigo aconchegante e seguro. Não somente a nós, mas a todas as pessoas que acolhem generosamente suas palavras e as põem em prática.
O Senhor é a nossa rocha e a nossa fortaleza. Assim diz o salmista porque somente o Senhor pode nos abençoar e derramar sobre nós sua misericórdia e compaixão. Ninguém mais, somente Deus. Mas, a nossa inconstância e as nossas preocupações com as coisas do mundo e seus convites nos distanciam da mensagem do Senhor. Assim, pedimos ao Senhor que nos oriente e nos conduza pelos seus caminhos, mesmo que o nosso coração insista trilhar o caminho do egoísmo, do orgulho e da autossuficiência. É pela honra do Senhor, por seu perdão e complacência que Ele nos orienta e nos conduz aos seus caminhos e projetos.
Entregar nas mãos do Senhor o nosso espírito requer o entendimento de nossa condição de pecador. Ora, enfrentamos dificuldades em todos os segmentos de nossas vidas. Sempre almejamos a alegria, a felicidade, o bem-estar. Mas, num entendimento mais aprofundado, vamos entender que ainda nos encontramos distantes da palavra do Senhor e de seus propósitos. Certamente, precisamos ir além de nós mesmos. Por isso mesmo, o salmista se exalta ao dizer: "Vosso amor me faz saltar de alegria, pois olhastes para as minhas aflições". Ora, quais são as nossas aflições? O que nos incomoda? Quais as nossas fraquezas? Afinal, o que almejamos? O que queremos? O coração aflito necessita de socorro, de direção, rumo, conselho, segurança e vida em abundância. Também podemos entender a aflição como um estado de coração abatido, confuso e sem destino. Não se trata, tão somente, da solução de problemas emocionais, financeiros, profissionais, familiares. Os projetos do Senhor vão além dessas necessidades, pois é o Senhor fiel que nos salvará e nos libertará de nosso egoísmo e descaminho.
Senhor, eu entrego em vossas mãos o meu destino. Entregar ao Senhor o próprio destino é ter a certeza absoluta da bondade e acolhimento do Senhor em todas as situações. Independentemente de nossa condição física, de doenças, problemas materiais e financeiros, problemas de relacionamentos e problemas familiares, problemas profissionais, o Senhor sempre está à nossa espera. Nosso destino precisa identificar-se com os propósitos do Senhor. Mas entregar ao Senhor o nosso destino é assumir a responsabilidade de caminharmos rumo ao seu objetivo e não às nossas vontades e desejos. Importa destacar que nossa caminhada está sujeita ao desânimo, incompreensão, ausência de fé, depressão, ansiedade, descontrole emocional e outros problemas que norteiam o nosso cotidiano. Mas, o Senhor sabe disso tudo.
Senhor, libertai-me do inimigo e do opressor. É a misericórdia do Senhor e sua infinita sabedoria que nos orienta e nos liberta de nossos inimigos e de nosso opressores. No entanto, quem são nossos inimigos e nossos opressores na atualidade? De que maneira podemos lidar com situações que muitas vezes fogem ao nosso controle emocional? Devemos nos lembrar, também, que podemos ser opressores e inimigos de nossos irmãos e das pessoas mais próximas a nós. Essa libertação da escravidão do pecado e de todas as situações que nos impedem de aproximar-nos de Deus, somente nos é dada gratuitamente pela bondade do Senhor. Não vamos encontrar em lugar algum a generosidade, compaixão e acolhimento para as nossas angústias e aflições, pois somente o Senhor é nosso rochedo e fortaleza. É Ele que nos conduz à salvação, que corrige nossos caminhos e nos faz conhecer seu projeto, seu Reino de amor. Para um entendimento mais aprofundado das súplicas desse Salmo, devemos considerar a nossa destinação última, pois a morte representa a consciência de nossa finitude terrena.
"Mostrai serena a vossa face ao vosso servo, e salvai-me pela vossa compaixão". A face de Deus é serena, acolhedora, compreensível. O salmista mergulha na profundidade dos mistérios que envolvem a serenidade da face do Senhor. É um pedido audacioso querer ver a face serena do Senhor. Essa serenidade é que nos dá paz, alegria, felicidade e esperança! Não a face do mundo e de suas promessas. O salmista se coloca na condição de servo para expressar admiravelmente o reconhecimento do Senhor, de seu poder e perdão. Termina pedindo a salvação pela compaixão do Senhor, pois sabe exatamente de suas fraquezas e condição humana e de sua insistência em querer caminhar por si mesmo. Daí as súplicas que contornam toda a estrutura do salmo, reconhecendo que o Senhor é o nosso único salvador, pois, os nossos caminhos se mostram indignos e incompetentes para nos guiar e conduzir à paz. Estamos desorientados com as nossas escolhas. Somente o Senhor é o nosso rochedo, pois seus valores ultrapassam nossas vontades e desejos. Ele é o bom pastor que não deixa suas ovelhas se perderem.