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Esperamos ansiosos pelo Ano Novo! Mas, qual a novidade que ele pode nos trazer? Ou, pelo contrário, qual é a novidade que podemos oferecer ao mundo e às pessoas no despertar de mais um ano agraciado pela bondade infinita do Senhor? Temos muitos motivos para agradecer e também muitos pontos a serem refletidos sobre nossas atitudes no decorrer do ano que se encerra. Senhor, dai-nos o discernimento espiritual, a força e o vigor da fé, a esperança viva de dias melhores e a conversão de atitudes para a contemplação de Vossa glória eterna.
"Eis que faço nova todas as coisas". (Apocalipse 21,6)
Surge nova aurora! A paz irradia em nossos corações! A esperança desponta como luz no horizonte! A sensação de liberdade e o anseio pelas coisas novas mais uma vez invadem nossos corações em busca da paz, do amor e da caridade. Não nos referimos às coisas novas e às promessas das transformações científicas e tecnológicas, dos novos meios de comunicação e das novas interfaces das mídias sociais, ou ainda dos novos aparelhos digitais, ou de novas estratégias para consolidarmos nossos ganhos financeiros. Estamos falando de algo que transcende a materialidade e as coisas e cores do sistema que preza pelo consumo desenfreado.
"As coisas antigas se foram" (Apocalipse 21,4), deixando para o passado suas lembranças. É o momento de avançarmos, de olharmos para frente, para novos horizontes. Mas também é tempo de nos aproximarmos de nosso próprio coração, de interiorizarmos nossas reflexões a partir da maturidade emocional, da coerência em nossas ações e da prudência em nossas atitudes. O encerramento de um ano representa o fechamento de mais um ciclo em nossas vidas, onde temos a oportunidade de lançarmos um olhar crítico para as nossas ações e atitudes em relação a nós mesmos e em relação ao nosso próximo, aos nossos familiares e principalmente aos cuidados das coisas do Senhor.
Assim, a aurora da esperança no despertar do ano ano representa para nós o que há de mais nobre e profundo para nossos corações, pois envolve sentimentos que almejam a vida em abudância, a conquista da paz e da serinidade de espírito. Enfatizamos a paz e a esperança, a caridade, o amor e a solidariedade porque estamos vivenciando momentos difíceis que envolvem problemas profundos. Esses problemas são complexos, pois referem-se à angústia, ao medo, ao desespero, à traição, aos desgostos, à ansiedade, à depressão, às doenças e principalmente à ausência de sentido e motivação para continuarmos acreditando na bondade radical da vida e na mensagem sagrada do Evangelho do Senhor.
"Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; desse modo vos tornareis filhos do vosso Pai que está nos céus, porque ele faz nascer o seu sol igualmente sobre maus e bons e cair a chuva sobre justos e injustos". (Mateus 5, 44-45).
Vivemos um descontrole emocional, onde não temos a paciência adequada e a sabedoria necessária para enfrentarmos os problemas que nos afligem. Ora, o que devemos fazer diante desse quadro sombrio e temeroso? Uma reflexão atenta nos conduzirá aos caminhos do Senhor: "Vinde a mim, vós todos que estais cansados e penais a carregar pesado fardo, e descanso eu vos darei, diz o Senhor". (Mateus 11,28). Nosso maior patrimônio é a paz, a esperança, o amor e a caridade. Não há maior alegria e felicidade quando vivenciamos a palavra do Senhor, pois ela nos liberta e nos conduz à contemplação de sua glória eterna. Lembremo-nos que todas as coisas e situações em nossas vidas são passageiras. Mas, o nosso compromisso, responsabilidade, agir ético e moral, não podem desvencilhar-se de nossas atitudes no decorrer de nossos dias. Aquilo que pedimos e imploramos ao Senhor, também devemos fazer aos nossos semelhantes.
Devemos despertar das trevas da morte, de nosso orgulho e pecado, de nosso insistente não à palavra do Senhor. Almejamos vivenciar as esperanças de um novo ano atentos aos ensinamentos do santo evangelho e de suas exigências. Não há mágica e sequer facilidades para edificarmos nossos propósitos e projetos em vista do bem comum e da caridade. Aqui reside nosso maior problema: conhecemos a palavra do Senhor, mas insistimos na permanência de nosso esconderijo, de nossas cavernas e justificativas para nossas atitudes inconsistentes e egoístas aos olhos do Senhor. Por isso mesmo, nos voltamos à aurora da esperança no despertar do ano novo. Referimo-nos a uma esperança que brota das palavras da Sagrada Escritura e não de nossas convicções, desejos, vontades e expectativas. Precisamos reconhecer que nossos projetos individuais, egoístas e voltados para a realização financeira e de bem-estar material não se mostram suficientes e atraentes à nossa sede de vida e perspectiva espiritual. Ao que parece, sempre nos falta algo mais abrangente, profundo, acolhedor e definitivo. Assim, o Senhor está à nossa espera, oferecendo seus dons, sua bondade, benevolência, perdão, amor, compaixão e vida eterna. Ora, o que mais queremos? Isso não basta para a superação de nossas angústias, medos e aflições? Qual é a extensão, dimensão e limite de nossa fé? Com essas considerações, chegamos à conclusão que a esperança no Senhor é a única e suficiente graça que podemos alcançar, libertando-nos do próprio nó que nos imputamos, dos laços que nos aprisionam e dos pecados que nos mancham o coração e a alma.